A diferença entre estar sozinho e se sentir sozinho

Parece fácil, mas será que conseguimos ficar sozinhos e ainda assim nos sentirmos bem? Estar só é sinônimo de solidão para você?

“Ficar sozinho é ótimo, mas se sentir sozinho é horrível, e acredite.
Existe uma grande diferença entre estar só e se sentir só. ”
— Demografar.

estar so solidao sozinho

Para muitas pessoas estar sozinho remete a ideia de ser solitário, ter poucas relações sociais, poucos amigos ou convites para diversão, no entanto, estar sozinho e sentir se bem é algo muito diferente.

Algumas pessoas ficam estarrecidas quando escutam que fulano(a) vai ao cinema, viaja ou resolve reservar uma mesa em algum restaurante para jantar sozinho(a). Essas pessoas ficam tão chocadas que logo vão criando hipóteses, muitas vezes terríveis sobre o que aconteceu com tal pessoa. Parece que elas associam a ideia de fazer algumas atividades sozinho(a) a tristeza, solidão ou isolamento.

A diferença entre sentir-se só e estar só está na maturidade de reconhecer-se como um ser de relação, não em uma relação de dependência, mas de liberdade, isto é, entender que o outro não é o único responsável pela sua felicidade. E justamente por entender que cabe uma própria ação na vida que o apego vai abrindo espaço para a auto realização.

Quando se compreende que estar sozinho também pode ser prazeroso, o sinônimo até então interpretado vai ganhando outra forma, outras características e também significados. Passa-se a valorizar aqueles momentos onde você pode ser, pensar e fazer o que se tem desejo sem impedimentos, pois é um momento que você pode ser simplesmente você!

Por isso que quando uma pessoa decide estar sozinha ela dificilmente se vê sozinha, pelo contrário, ela se conecta com ela mesma e ao fazer isso ela sente sua independência, sua liberdade para planejar, pensar, decidir e cultivar aquilo que a aproxime mais de sua característica particular de ser no mundo.

Talvez seja pelo fato de se sentirem bem consigo mesmas, sem que estes momentos sejam vistos como “falta”, que essas pessoas tendem a vivenciar relacionamentos duradouros e harmoniosos, porque perceberam sua capacidade de realização independente e por isso cobram menos do outro, aprenderam a somar ao invés de “subtrair”. Entendem que estar com o outro não é uma necessidade, mas uma escolha.

E por aprenderem a se conectar consigo mesmas que essas pessoas não se queixam por estarem sozinhas, pelo contrário o “estar só” é um escolha consciente e não uma imposição da vida. A visão que elas possuem desta condição não é negativa tal como seria para algumas pessoas que lamentam de uma intensa carência afetiva.

Para alguns teóricos, especialmente da linha existencialista o ser só é uma condição original de todo ser humano, mas o sentir se só é uma condição temporal. Assim quando uma pessoa entende que estar sozinha(o) não é uma opção, mas uma imposição da vida, ela entra em um estado emocional de sofrimento, porque quando ela olha para dentro de si ela não se encontra, pelo contrário ela se depara com um vazio existencial.

E quando isso acontece, mesmo que essa pessoa esteja rodeada de pessoas ela ainda assim se sentirá sozinha, pois esse “preenchimento” que se vê ausente não se encontra nos outros encontra se em si mesmo.

A diferença de sentir-se sozinho e estar sozinho está no autoconhecimento, na disponibilidade de vivenciar cada momento de uma forma singular. É sentir-se em paz consigo mesmo não com a paz que o outro te “oferece”. E como se faz isso?

Simplesmente se conhecendo, permitindo e “experienciando” a vida. Não existe segredo, o que deve existir é disposição para se conhecer e descobrir tudo aquilo que você poder vir a ser!

Lingia Menezes de Araújo
Psicóloga Clínica
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OBS.: Todo o conteúdo desta e de outras publicações tem função informativa e não terapêutica.

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2 Comentários

  1. Lingia, seu texto me ajudou bastante pois me fez refleti sobre à dependência que eu me encontro imersa. É verdade… eu preciso urgentemente me libertar disso, aprender a viver em paz comigo mesma. Esse maravilhoso texto veio em boa hora. Parabéns, belíssimas palavras!

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