Síndrome do Pânico: a ansiedade no limite

Quando falamos em Síndrome ou Transtorno do Pânico, existem atualmente entre 4 e 6 milhões de brasileiros com esse problema.

Todos nos, brasileiros, fomos surpreendidos com a revelação do padre Fábio de Melo de que sofre Síndrome do Pânico. Por isso conversamos com a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, sobre o assunto, para ajudar as pessoas a entenderem a questão.

E, quando perguntamos qual seria a principal causa para que a doença esteja crescendo e atingindo cada dia mais pessoas, ela acredita que se deve ao aumento da ansiedade patológica da vida moderna, que provoca estados de estresse continuado.

Segundo pesquisa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no Brasil, 12% da população, o que equivale a 24 milhões de pessoas, sofre com algum transtorno de ansiedade.

Estimativas apontam que 23% de brasileiros ainda vai ter algum distúrbio relacionado à ansiedade em algum momento da vida.

Quando falamos em Síndrome ou Transtorno do Pânico, existem atualmente entre 4 e 6 milhões de brasileiros com esse problema.

Para Soraya Hissa, essa síndrome, ligada a ataques de ansiedade, também está biologicamente associada a uma disfunção dos neurotransmissores – responsáveis pela comunicação entre os neurônios (células do sistema nervoso) – que criaria um fator agravante na sensação de medo.

De acordo com uma das teorias, o sistema de alerta normal do organismo – um conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a alguma ameaça – é desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem que haja um perigo iminente a desencadeá-lo de fato.

 

O que é Síndrome do Pânico?

É um transtorno de ansiedade que gera ataques de medo intenso.

A psicanalista explica que as crises de pânico são caracterizadas como ataques agudos de ansiedade intensa, acompanhados por sintomas somáticos proeminentes: palpitações ou aceleração da frequência cardíaca; suor excessivo e sensação de falta de ar (asfixia).

“Esses pacientes atribuem seus sintomas a uma doença cardíaca e a maior parte se torna assíduo frequentador de clínicas cardiológicas” alerta a médica.

Soraya Hissa explica que os portadores de Pânico costumam ter tendência à preocupação excessiva com problemas do cotidiano, têm um bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, têm expectativas altas, pensamento rígido, são competentes e confiáveis.

“Essa maneira de ser acaba por predispor a pessoa a situações de estresse acentuado e isso pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro, desencadeando um desequilíbrio bioquímico e consequentemente o aparecimento do pânico. Existe uma perda de autoestima e da autoconfiança, com desmoralização e um quadro de depressão reativa”, esclarece.

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Tratamento

Para a médica, a sintomatologia física exuberante e variada explica a procura de outros especialistas, em vez de um psiquiatra.

“Os pacientes com Síndrome do Pânico podem ser portadores de outros quadros emocionais associados a essa doença, principalmente, de quadros ansiosos, somáticos e depressivos. O mais importante e mais difícil problema a ser resolvido em relação ao tratamento da Síndrome do Pânico é, exatamente, convencer o paciente de que seu problema é emocional e que tem tratamento”, finaliza Soraya Hissa.

Soraya Hissa de Carvalho é médica formada pela UFMG e tem especializações em psiquiatria, endocrinologia, geriatria, medicina psicossomática, medicina tradicional chinesa, psicanálise, neurociência e comportamento.

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