Violência contra a mulher: atitudes que vão além da dor física

Nas últimas semanas, o público brasileiro vem se deparando com notícias tristes envolvendo pessoas famosas em casos de violência contra a mulher.

O cantor Victor Chaves, o ator José Mayer e o participante do Big Brother Brasil, Marcos Harter, ganharam as manchetes por seus atos violentos que se tornaram públicos, mas, esses não são casos isolados. Em 2016, uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de violência.

Só nos casos de agressões físicas são 503 mulheres vítimas a cada hora.

Um problema que, apesar das leis mais severas e de muitas campanhas incentivando as mulheres a denunciarem, ainda assusta pelo grande número de vitimas.

O medo, a culpa e a vergonha são os principais sentimentos de quem sofre as agressões, que podem ser físicas e psicológicas.

Devido a esses sentimentos, segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, muitas mulheres permanecem com seus agressores.

“O ditado popular que diz ‘o amor é cego’ pode se encaixar em muitos casos relacionados à agressão contra a mulher.

Romper com alguém que gostamos e temos um vínculo emocional é difícil, assim como se reconhecer como vitima é um processo doloroso.

Por isso muitas relutam em assumir para si o que esta acontecendo. Quando tomam consciência, grande parte acredita ter culpa e outras têm vergonha em revelar os fatos a terceiros”, afirma a especialista.

As agressões físicas podem resultar em consequências extremas, como, por exemplo, a morte.

Outra sequela grave é a psicológica, que podem deixar marcas para a vida toda.

Soraya Hissa alerta para os sintomas psicossomáticos que essas vítimas podem ter, como o estresse pós-traumático, destruição da autoestima, apatia, depressão, ansiedade, distúrbios sexuais, distúrbios do sono, pânico, abuso na ingestão de substâncias, ansiedade generalizada, fobia, entre outras.

“As marcas do corpo são curadas, mas, as psicológicas são difíceis de cicatrizar.

Além disso, não só a mulher agredida sofre, mas, também todos que convivem com ela.

O apoio e a solidariedade de familiares, filhos, amigos e vizinhos é um grande aliado neste momento”, completa Soraya Hissa.

Vamos denunciar

A vítima pode ligar para o número 180, Central de Atendimento à Mulher, serviço que pertence à Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, ou procurar delegacias e outros órgãos especializados em atendimento ao público feminino.

Não é preciso se identificar e o serviço funciona 24h. Em casos mais urgentes, os denunciantes são orientados a ligar diretamente para a Polícia Militar, no número 190.

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