Ainda Não Aprendemos…

Por Sah Elizabeth

Ilustração de Sah ElizabethEu tenho falado aqui sobre várias “coisas boas” (tá, às vezes, falado para o vazio, eu sei!). Tentado chamar a sua atenção para idéias e atitudes que podem (eu disse podem) fazer com que a sua vida seja vivida mais plenamente. É meu desejo que um pouco da minha verdade, ou seja, daquilo que funciona para mim, sirva também para você, ou ao menos, sirva como ponto de partida para levá-lo à sua vida plena, ao seu bem-estar.

Mas, faz parte dos preceitos de uma vida plena, encarar também aquilo que não está tão bem. Olhar para o que ainda está fora de lugar, incomodando, atrapalhando, quem sabe até, machucando.

Todos nós reclamamos da falta de oportunidades alguma vez na vida. Coisa nada difícil de acontecer, tomando o princípio de que estamos no Brasil. Sim, esse tão maravilhoso e mal-falado país! Por mais privilegiado(a) que você possa ser, em algum momento teve que esperar, lutar ou preservar a sua chance de ter algo melhor, de ser algo melhor. Fico aqui pensando o que você já enfrentou e ultrapassou para ter chegado exatamente aí onde você se encontra. Certamente que deu muito do seu suor e de sua fé para conquistar algo mais. Então, diga-me, se em alguma ocasião você achou que as coisas podiam ser mais fáceis do que eram, que podiam ser mais simples, menos burocráticas, mais rápidas e até mesmo, mais justas? Se não, pode parar a leitura por aqui.

Agora pense, em quantas pessoas nessa terra tropical, para não irmos muito longe, também passam por isso – nós, inclusive – agora. Quantas pessoas gostariam de encontrar uma oportunidade que fosse, de mostrar seu talento, aplicar seu empenho, sua inteligência e sua vontade, em um trabalho melhor, uma carreira mais desejada e condizente, um curso, um projeto, uma viagem, um livro, um filme, um ensaio, uma pesquisa? Quantos de nós gostaríamos do mesmo?

Então, me diga: no que depende de você, – e olha que pode ser bem mais do que imagina – as coisas para os outros estão sendo mais fáceis? Será que, com as ferramentas que temos, conseguimos fazer com que seja bem aplicado o que está em nossas mãos?

Você pode argumentar comigo dizendo que “mas num país como o Brasil…………………”. Complete a sentença quem quiser, porque esse argumento para mim, já está mais do que batido, vencido e ultrapassado. Não serei eu a dar um tiro no meu próprio pé!

O que espero, e a seu tempo procuro fazer, é que aquilo que foi difícil para mim (ou quem sabe até, mais fácil!), não seja difícil para você, nem para mais ninguém. Já bastam as penas de um “cristão” para se conseguir alguma coisa. Se eu posso facilitar o caminho para alguém, por que razão iria obstruí-lo? Para provar meus méritos de vencer dificuldades absurdas, consolidando-as?

Já sei, você vai dizer que “se as coisas forem fáceis, perdem o seu valor”, ou “o que vem fácil, vai fácil”. E concordo, mas não falo em dar o peixe, mas sim em ensinar, a quem esteja disposto, a pescar. Não é uma questão de dar as coisas de “mão beijada”, o esforço pessoal – em qualquer campo – é necessário, mas sim de mostrar o caminho, dizer que é possível, dar a mão e caminhar junto se preciso. Não se trata de perpetuar a dependência numa eterna assistência, mas sim de estabelecer as bases da independência e da auto-suficiência, de cada um de nossos semelhantes.

Para encerrar, deixo-lhes um pensamento de um grande homem, sonhador e libertador, senhor Martin Luther King, que diz assim:

Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.

Desejo-lhe mais fraternidade em seu mundo. Que você veja nas esquinas do seu universo a face de um irmão e seja reconhecido e tratado como um também. E que o belo discurso de harmonia não se limite a essa época.

Façam um Feliz Natal! :)

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