Pessoas organizadas vivem mais

Você acredita que ser organizado pode render uns anos de vida a mais? Uma pesquisa de 2009 realizada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, diz que sim!

O estudo avaliou dados de 20 pesquisas relativas às características típicas de pessoas organizadas. Para os pesquisadores, traços psicológicos são tão importantes como fatores médicos e sociais na saúde.

O trabalho envolveu mais de 8,9 mil voluntários de países desenvolvidos e concentrou em particular três características deles: o autocontrole, a organização e a diligência (virtude humana de seguir um objetivo de vida). Eles descobriram que os dois últimos aspectos são os mais ligados à longevidade.

Entre outras características consideradas saudáveis estão o perfeccionismo, a confiança, a determinação, a competência e a obediência. “Pessoas mais conscienciosas têm melhores hábitos em relação à sua saúde, se arriscam menos, e tendem a ter empregos e casamentos mais estáveis”, disse o psicólogo Howard Friedman, um dos autores do estudo.

O pesquisador revela ainda que pessoas mais disciplinadas tendem a ser mais felizes, e consomem menos drogas e álcool. Para a psicanalista Glória Sadala, coordenadora do mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, a pessoa mais organizada se cuida mais. “Essas pessoas têm mais vantagens porque vão regularmente ao médico e cuidam melhor da alimentação”, acredita.

Equilíbrio em tudo

Mas a organização também pode ser um problema quando é excessiva. Sadala explica que ser organizado demais prejudica até os relacionamentos. “A organização é saudável, mas o excesso pode levar a patologias graves. Se a falta de programação acaba levando a pessoa a perder um compromisso importante, ser organizado demais também pode afastar as pessoas, por causa do comportamento exagerado. Ela acaba virando a famosa neurótica”, revela.

A psicóloga Érica Morais, explica que uma pessoa organizada em excesso terá o mesmo tratamento daquelas completamente desorganizadas. “O trabalho terapêutico é praticamente o mesmo, temos que buscar o equilíbrio com as atividades diárias. Partimos de uma tentativa de reorganizar sua rotina”, afirma.

“No caso de uma pessoa extremamente disciplinada, é preciso fazer uma lista de prioridades e reservar um tempo a mais para o lazer, por exemplo. Com o desorganizado acontece a mesma coisa. Só que focamos mais nas medidas de reeducação de hábitos diários para estabelecer uma rotina de afazeres“, explica a psicóloga.

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